terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Justica das Fadas

A Justiça das Fadas
  • As fadas, muitas vezes, usam seus poderes para premiar os bons e castigar os maus. Há uma velha lenda irlandesa que é um bom exemplo da justiça das fadas. O relato fala-nos de Lusmore, um infeliz corcunda que morava numa aldeia junto ao monte Gloomy Galtes:

  • Lusmore, por ser muito feio, era objecto da hostilidade geral. As pessoas maldosas inventavam histórias terríveis sobre ele mas, em verdade, Lusmore era um homem sensível e de bom coração. Passava os dias, solitários, tecendo palha e junco para fazer belos chapéus e cestos cujo preço era sempre o mais barato do mercado. Uma tarde quando Lusmore voltava para casa, vindo da aldeia de Chair, parou um pouco para descansar. sentou-se na erva verde e ficou admirando, lá ao longe, o céu que se unia com as montanhas azuis. Nisto ouviu-se uma bela música, acompanhada de cantos maviosos. A melodia era tão cativante que Lusmore ouvia atentamente com a alma elevada. Depois de ouvir a canção por alguns momentos, Lusmore levantou-se e caminhou na direção de onde vinham os sons. Não demorou muito, viu, numa espécie de depressão o povo das fadas cantando e dançando. A letra da canção era repetida, embora monótona. Lusmore, que era muito sensível à música, entrou no grupo das fadas, acrescentando versos novos à velha canção. As fadas ficaram muito bem impressionadas com a variação feita por Lusmore, elogiaram o seu talento e a sua habilidade poética. O líder do grupo aproximou-se, então, do corcunda e, passando-lhe a mão pelas costas, curou-lhe a deformidade, dizendo: de agora em diante, Lusmore não precisa mais carregar nas costas esta horrenda corcunda.
  • Imediatamente, Lusmore sentiu uma desacostumada leveza nos ombros. Olhou em torno e notou maravilhado que, pela primeira vez, podia mexer com a cabeça em todas as direcções. Admirado, notou que era um outro homem. De repente, sentiu um peso nos olhos e caiu em sono profundo. Quando acordou - maravilha das maravilhas - estava vestido com magnífica roupa, toda branca que, por certo, era presente das fadas. Não mais a corcunda nem a feiura que o tornavam tão infeliz. Lusmore era, agora, um homem belo e garboso.
  • Não muito tempo depois, quando a história de Lusmore já era bem conhecida, uma velha procurou-o, pedindo detalhes de sua cura maravilhosa porque um amigo seu, que era corcunda, estava interessado em tentar o mesmo tratamento. Lusmore, que tinha um bom coração, descreveu com detalhes o que lhe havia acontecido. A mulher agradeceu e foi para casa. No outro dia, ela contou ao seu amigo a história de Lusmore e os dois foram juntos ao local onde Lusmore havia assistido a dança das fadas.
  • Jack Maden, este era o nome do corcunda amigo da velha, era um corcunda astuto, maldoso e extremamente rabugento. Assim que chegaram ao lugar onde Lusmore ouvira a música, notaram que as fadas estavam lá cantando e dançando. Tão apressado estava Jack Maden de ficar livre de sua corcunda que nem pensou se aquele era o momento adequado para cantar a sua variante e irrompeu pelo meio das fadas, cantando com voz esganiçada. Jack Maden pensava que, se a primeira variante havia sido tão bem recebida, a segunda seria acolhida melhor ainda e, se Lusmore ganhara uma roupa nova, por certo ele ganharia duas.
  • As fadas, entretanto, ficaram muito zangadas com aquela intromissão e, atirando o intruso ao chão, cercaram-nos com gritos clamorosos e estridentes. Por fim, um dos membros da comunidade disse: Jack Maden ficamos tão mal impressionados com a sua canção que você sairá daqui com duas corcundas.
  • Imediatamente as fadas, usaram a corcova de Lusmore e a colocaram nas costas de Jack Maden onde ficou tão firme como se houvesse nascido ali. Deste modo, no dia seguinte, o pobre Jack Maden foi encontrado com as duas corcundas e muito mal tratado. Jack Maden não demorou muito e morreu sob o peso das duas corcovas.



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Um comentário:

  1. conheço a versão japonesa dessa historia, eram ogros que retiraram a corcunda do velho achando que era algo valioso mas devolveram para o outro velho para ele nunca mais voltar

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