Francis Griggiths, uma garotinha inglesa de 10 anos, vivia se perdendo em brincadeiras nos fundos de sua casa. No ano de 1917, e para dar explicações a sua mãe, Frances contou que estava brincando com fadas. Logo sua família começou a caçoar dela, e foi aí que a sua prima mais velha Elsiee Wright, resolveu provar que a historia da Frances era verdadeira. Na época Elsie tinha 16 anos, pegou uma camera fotog´rafica emprestada de uma hora depois de se aventurar no Vale de Cottingley as primas voltaram para casa com inacreditáveis fotos de Fadas.
Alguns anos depois a senhora Wright, mãe de Elsie, envolveu-se com a Sociedade Teosfica, que dava credibilidade a fotos de espíritos e afins. Ao assistir uma palestra em que fadas foram discutidas, ela lembrou-se das fotos e as entregou ao palestrante que tratou de passá-las a Edward Gardner. Ele as tomou a sério, e pediu a ajuda de diversos especialistas, entre eles ninguem menos que Sir Arthur Conan Doyle, criador do célebre detetive fictício Sherlock Holmes e muito importante na meio espírita da Época
Doyle se impressionou muito com as fotos e, mesmo sem ser um perito fotográfico, declarou-as autênticas. Muitos atribuem o grande sucesso das fotos á credibilidade apaixonada que Doyle lhes emprestou, falando sobre como elas provavam que existia um outro mundo espiritual.
Os defensores da autenticidade das imagens concediam que elas poderiam ter sido forjadas, mas deveria ter sido muito complicado e as garotas eram apenas... crianças. Enquanto isto, críticos notavam diversas discrepências e detalhes suspeitos, como o detalhe de que Elsie já havia trabalhado em um estúdio fotográfico durante a guerra e talvez pudesse ter forjado as imagens apesar da pouca idade.
Mas provas definitivas da fraude só surgiriam mais de meio século depois. Em 1982, o perito fotográfico Geoffrey Crawley analisou o que se acreditavam ser as placas originais das fotografias. Sua conclusão foi simples e irrefutável: a câmera tipo "Midg" com que a primeira e mais famosa imagem, vista acima, teria sido tomada incapaz de produzir uma fotografia tão nitida. A imagem que todos discutiram por décadas havia sido claramente retocada, e analisando a placa que se dizia ser a original, Crawley pôde indicar mesmo sinais claro de retoque, como a elipse que pode ser vista ao redor do rosto de Frances:
Na polêmica das críticas de Crawley, em março de 1983 as primas, aqora já idosas, finalmente "confessaram que as fadas nas fotografias eram na verdade desenhos que Elsie tinha feito, recortado e prendido com alfinetes". Era de início apenas uma travessura a pregar nos adultos que estavam caçoando das histórias sobre fadas inventadas pela pequena Frances, mas a dimensão que a brincadeira tomou, com o envolvimento de figuras como Doyle, fez com que as garotas não tivessem escolha a não ser "permanecer caladas".
Elsie e Frances comentaram o episódio no documentário de 1985, "Arthur C Clarke's World Of Strange Powers - Fairies, Phantoms and Fantastic Photographs":
Apesar da confissão, Frances insistiu que há mesmo fadas de verdade em Cottingley. Ou melhor, havia, "agora não há mais". Em 1997 o evento foi transformado em um filme de ficção, "Contos de Fadas: Uma história verdadeira".
Arthur Conan Doyle, Espiritualismo e Fadas - Com mais detalhes e fotos sobre o caso!
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